sábado, 4 de janeiro de 2020

Palavras afrancesadas

Já parou para pensar nas palavras em francês? Talvez você já tenha ouvido dizer que o português e o francês são línguas irmãs, ambas filhas do latim, mas não é só por isso que há tantas semelhanças entre as duas, sabia? 

No post de hoje, vamos contar para você um pouco sobre algumas das palavras em francês mais usadas no português brasileiro, como elas chegaram aqui e muito mais! 

Contatos culturais: a origem das palavras em francês no Brasil
Além das semelhanças na grande maioria dos termos de todos os tipos nas línguas latinas — das quais fazem parte, além do português e do francês, diversos outros idiomas, como o romeno, o espanhol, o italiano, etc. —, as línguas oficiais da França e do Brasil contam com vários outros pontos em comum vindos do contato entre as duas nações. 

Isso aconteceu, primeiramente, por causa da hegemonia cultural (e, em certos momentos, também militar) da terra de Napoleão durante tanto tempo na Europa, pelo menos desde o século de Luís XIV, o Rei Sol, coroado em 1643. 

Assim, na aristocracia de vários reinos (como Rússia, Inglaterra, Dinamarca e também Portugal e Espanha, claro), era considerado coisa das mais finas educar os filhos dos nobres em francês. Intelectuais e artistas de todo o Velho Mundo também precisavam ser fluentes en français, já que boa parte das novidades e ideias nesse universo vinham da França! 

Por aqui, a influência chegou junto com a Corte Portuguesa, em 1808, tanto na moda e na étiquette quanto no sistema de educação, todinho importado da França, com os colégios de freiras e tudo! 

Empréstimos: o francês “abrasileirado”
Dessas trocas — muito mais de lá para cá do que de cá para lá, vale ressaltar — entre brasucas e francófonos, que como vimos já dura séculos, muitas palavras acabaram sendo totalmente incorporadas no português brasileiro. Tanto que já nem sabemos que, originalmente, elas vieram do país da torre Eiffel! 

Veja alguns desses empréstimos:
bufê, do francês buffet (por isso tem quem pronuncie “bifê”, imitando o “u” afrancesado); 
boné, do francês bonnet

sutiã, do francês soutien (aquilo que sustenta), mas que é chamado de soutien-gorge por lá; 
maquiagem, do francês maquillage

abajur, do francês abat-jour, algo como “abater o dia”, ou seja, diminuir a luz; 
batom, do francês bâton, que quer dizer “bastão”, mas é chamado na França de rouge à lèvres
e cachecol, do francês cache-col, ou “esconde-colo”, mais chamado de écharpe por lá. 

Estrangeirismos: as palavras francesas na nossa língua 
Diferentemente dos empréstimos, que, como estrangeiros naturalizados, já fazem parte da nossa língua como se nem tivessem vindo de fora em primeiro lugar, os estrangeirismos são palavras de fora usadas em português na língua original mesmo (e por isso escritas em itálico ou entre aspas). 

Do francês, entre as mais frequentes no nosso dia a dia estão: 
avant-garde, usada em alguns contextos acadêmicos e formais, apesar de termos o empréstimo “vanguarda”; 
belle époque, para indicar o período histórico entre as duas guerras mundiais; 

à la carte, para falar do tipo de serviço de um restaurante; 
mise-en-scène, um nome técnico para a encenação de uma peça ou filme; 

réchaud, que é o nome daquele aparelho que mantém os pratos quentes num bufê; 
e dégradé, para indicar um esquema de cores que vai mudando gradativamente. 

Além dessas, claro, existem várias outras palavras em francês no português do Brasil, bem como outros sinais da influência do país da revolução na nossa cultura. 

Fonte:

Nenhum comentário:

Postar um comentário